Data de Publicação: 16/03/2024
(tabela reproduzida do estudo original)
A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) é a terceira principal causa de mortes no Brasil. O padrão ouro para o diagnóstico da etiologia da PAC inclui hemocultura, escarro com coloração de Gram e cultura de escarro, métodos que possuem baixa sensibilidade.
Estudo brasileiro buscou identificar os principais microrganismos implicados na PAC por meio da reação em cadeia da polimerase multiplex (mPCR) no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Todos os pacientes admitidos no pronto-socorro e com diagnóstico de PAC grave foram submetidos a um painel mPCR utilizando swabs nasofaríngeos e orofaríngeos com o objetivo de detectar 13 patógenos bacterianos e 21 virais.
Entre setembro de 2017 e agosto de 2018, um total de 169 pacientes foi incluído no estudo. O painel mPCR identificou agente etiológico em 61,5% dos pacientes, sendo os vírus os mais comuns (42,01%), liderados pelo Rinovírus, seguido pelo Influenza e pelo Coronavírus (não SARS-CoV-2). Agentes bacterianos foram identificados em 34,91% dos pacientes, sendo o S. pneumoniae o mais comum, seguido pelo H. influenzae, M. catarrhalis e S. aureus.
A escolha empírica de antibióticos no diagnóstico da PAC é guiada por diretrizes e consensos. Os resultados desse estudo indicam um potencial de mudança de prescrição para 92,3% dos pacientes. A maioria mudanças envolveria a redução do uso de antibióticos e o escalonamento da terapia antiviral.
Os próprios autores reforçam algumas limitações do estudo: (1) ele foi realizado em apenas um hospital e não pode ser extrapolado para todo o país; (2) a pesquisa etiológica envolveu swab nasofaríngeo, o que significa que alguns agentes podem ser apenas colonização e não fonte de infecção; (3) os pacientes já estavam em uso de antibióticos no momento da coleta das amostras respiratórias, o que pode ter aumentado a taxa de negatividade dos testes de cultura e dos resultados do painel de PCR.
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FONTE: Joelsons D et al. Braz J Infect Dis. 2023; 27(6) :103690
(MG)